“Mandaram todo mundo ir pra casa. E nós, que não temos casa?”, questiona morador de rua
Albergue de SP tem questionado Covas e Doria sobre estratégias para
lidar com o coronavírus, mas não há resposta. A capital paulista tem
cerca de 24 mil pessoas vivendo nas ruas
O Abrigo Boraceia é um dos maiores de São Paulo. Por lá, dormem cerca
de 1.200 pessoas todos os dias, acomodadas em beliches que, na maioria
das vezes, estão sempre lotados. Em tempos de coronavírus, a condição
destes locais é algo que preocupa tanto os frequentadores quanto
funcionários.
“Mandaram todo mundo ir pra casa. E nós, que não temos casa? Estamos
dormindo aqui um do lado do outro, a 40 centímetros uns dos outros.
Pediram isolamento, e nós vamos nos isolar aonde?”, questiona um dos
frequentadores do Abrigo Boraceia, em entrevista ao UOL.
Na porta do albergue, em meio ao acúmulo de pessoas para almoçar no
centro de convivência, uma funcionária admite: “Eu sei que isso aqui
está errado, mas não tenho o que fazer”.
A aglomeração faz parte do dia a dia de albergues da capital
paulista, que atendem 17 mil pessoas em situação de rua. O último Censo
da População de Rua estima que mais de 24 mil vivam nas ruas de São
Paulo, um aumento de 60% com relação a 2015.
A prefeitura e governo do estado ainda não têm um planejamento para
atender as pessoas em situação de rua em meio ao avanço do coronavírus.
De acordo com o UOL, o albergue na Barra Funda vem questionando a
Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, mas não há resposta.
“Estamos aguardando uma posição da secretaria. Temos aqui só os
produtos que usamos normalmente, não chegou mais. Ontem, 10 litros de
álcool em gel foram utilizados em uma hora e meia, nesse ritmo vai
acabar tudo”, disse um funcionário.
Fonte: revistaforum
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