População rural do Sisal vive estado de calamidade devido à seca. Está faltando comida até para humanos
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| Milhares de família de toda região precisam dessa planta (sisal) verde e erguida, mas está encontrando podre e caída | Foto: Raimundo Mascarenhas |
É
visível nos territórios do Sisal e Jacuípe, no estado da Bahia, a
situação de calamidade que esta vivendo a população, em especial na zona
rural e onde o sisal era a principal fonte de sobrevivência. No
território do Sisal, cuja área abrange 21.256,50 Km² e estão localizados
os municípios de Barrocas, Biritinga, Conceição do Coité, Ichu,
Lamarão, Retirolândia, Santaluz, São Domingos, Tucano, Araci, Candeal,
Cansanção, Itiúba, Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue,
Serrinha, Teofilândia e Valente, como uma população, de acordo com o
último senso, de 582.331 habitantes, dos quais 333.149 vivem na área
rural, o que corresponde a 57,21% do total, estima-se que 98% dos
motores de desfibra o sisal, já estejam parados.
No território possui 58.238 agricultores familiares, tendo o sisal como geração de emprego e renda e se destaca com maior intensidade nos municípios de Conceição do Coité, Retirolândia, São Domingos, Valente, Santaluz, Araci, Barrocas e uma pequena parte de Queimadas e Quijingue. O cenário dos campos de sisal em todos os municípios é o mesmo da foto abaixo, ou seja, da Fazenda Bestinha, na região de Salgadália, maior distrito de Conceição do Coité.
No território possui 58.238 agricultores familiares, tendo o sisal como geração de emprego e renda e se destaca com maior intensidade nos municípios de Conceição do Coité, Retirolândia, São Domingos, Valente, Santaluz, Araci, Barrocas e uma pequena parte de Queimadas e Quijingue. O cenário dos campos de sisal em todos os municípios é o mesmo da foto abaixo, ou seja, da Fazenda Bestinha, na região de Salgadália, maior distrito de Conceição do Coité.
O agricultor Pedro Simões Nascimento, 59 anos, conhecido por Pedro de
Nazi, trabalha na labuta do sisal desde os 10 anos de idade e a
proprietário de motor há 35 anos, historicamente desfibra naquela região
e há 07 meses que parou em virtude das palhas mocharem e 08 pessoas que
trabalhavam com ele estão desempregadas. “Estamos se virando como pode.
Lá em casa é eu, minha velha e ainda crio cinco netos”, contou.
Esta realidade de Pedro de Nazi, do seu vizinho Hamilton Santos, que
rodavam motor na região dos Claros e outros 150 donos de motores que
rodavam na região de Salgadalia.
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| Açougueiro acredita que com os motores de sisal parados, deixa de circular R$ 150 mil por semana em Salgadália, somente da mão do trabalhador, fora as batedeiras | Foto: Raimundo Mascarenhas |
O
açougueiro Raimundo Silva Freitas, 72 anos, há 32 anos no ramo, falou
que essa seca é mais prolongada que as outras e com a paralisação os
motores, ele estima que deixou de circula R$ 150 mil por semana dos
trabalhadores de motores. “Outra coisa meu amigo, aumentou o número de
pessoas pedindo, principalmente comida”, lamentou Raimundo Freitas.
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| Feira livre de Salgadália vem sendo assim, sem movimento | Foto: Raimundo Mascarenhas |
A realidade da fome é tão grande na região
de Salgadália que já existe uma campanha SOS de arrecadação de alimentos
para distribuir nas comunidades e até cartazes fixaram nos postes de
iluminação pública pedindo ajuda.
Ainda em Conceição do Coité, outra região
produtora de sisal, Santa Rosa, Boa Vista, Nova América, Nova Palmares e
Mateus, onde rodam mais de 50 motores, a situação não é diferente e
todos estão parados, entre eles o de Crispim Brito, 59 anos, que parou
há 08 meses.
Só ao
entorno da residência de Crispim, 09 motores estão parados e em cada um
trabalhava em média 07 pessoas, na maioria da mesma família e todos
estão sem atividade. Ele lamentou a falta de apoio do governo e encheu
de esperança com a presença do CN para mostrar o que eles estão
sofrendo. “No passado quando acontecia um aperto desse, aparecia algum
tipo de frente de serviço, vinha apoio pelo menos para diminuir o
sofrimento, mas dessa vez não aparece ninguém de órgão governamental”,
lamenta o agricultor.
Agricultor mostra que sisal não está resistindo à seca
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| Luiz tem 70 anos e sempre dependeu do sisal para sobreviver | Foto; Raimundo Mascarenhas |
O
agricultor Luiz Brito, 70 anos, residente na Fazenda Mateus, em
Conceição do Coité, que por muitos anos atuou no movimento sindical,
falou que se comparar, a seca que vive a região, igual ou é maior a de
1993, quando o governo mandou “arroz com casca” para o povo e criou uma
frente de trabalho, como forma de não deixar “morrer gente”.Luiz
Brito sempre morou na zona rural e na região produtora de sisal, uma
das mais produtivas do município e sempre trabalhou com motor. Ele
contou que os motores foram a parando aos poucos e nos últimos vintes
dias ninguém mais trabalhou, pois mochou tolamente e não tem como puxar
fibra. “Aqui na região, motor de sisal é instrumento de trabalho de toda
família”, lembrou.
Fonte: Calila Notícias
População rural do Sisal vive estado de calamidade devido à seca. Está faltando comida até para humanos
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