TRF1 derruba uma das decisões para suspensão da posse de Lula
Presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o desembargador
Cândido Ribeiro derrubou, na noite desta quinta-feira (17), a primeira
decisão liminar (provisória) que determinou a suspensão da posse do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o governo Dilma Rousseff.
Apesar dessa decisão, a nomeação de Lula ainda continua suspensa porque
outra determinação, desta vez da Justiça do Rio, também garantiu o
impedimento de Lula para assumir o comando da Casa Civil.
Segundo dados do governo, mais de 20 ações já foram protocoladas em todo o país tentando impedir a posse de Lula.
As ações apontam principalmente que a nomeação de Lula representa claro
desvio de finalidade do ato administrativo, cujo objetivo principal
seria alterar o foro competente para as investigações envolvendo Lula, o
tirando do alcance do juiz do Paraná Sérgio Moro.
Para ministros do STF e juristas, o ato de Dilma, se comprovado, pode
representar até crime de responsabilidade e tentativa de obstrução da
Justiça.
A primeira suspensão de Lula foi determinada logo após o petista tomar
posse, na manhã desta quinta, no Palácio do Planalto, por decisão do
juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal do Distrito Federal.
Ao revogar a decisão de Catta Preta Neto, Cândido Ribeiro disse que o
juiz agiu com base em "meras suposições" e argumentou que há
interferência do Judiciário no Executivo.
"A decisão questionada, tomada em juízo de cognição sumaríssima, em
momento de sensível clamor social, tem o condão de acarretar grave lesão
à ordem e à economia públicas, visto que agrava, ainda mais a crise
política, de governabilidade e de credibilidade, com inegável impacto no
panorama econômico do país", argumentou o desembargador.
Na avaliação de Catta Preta Neto, a posse de Lula oferece risco para
investigações em curso. "A posse e exercício no cargo podem ensejar
intervenção, indevida e odiosa, na atividade policial, do Ministério
Público e mesmo no exercício do Poder Judiciário, pelo senhor Luiz
Inácio Lula da Silva", diz o juiz.
"Ato presidencial que, ao menos em tese, é de intervenção do Poder
Executivo, no exercício do Pode Judiciário. Ato que obsta ou é destinado
a obstar o seu —do Judiciário— livre exercício", completou. Para Catta
Preta Neto, "ao menos, em tese, repita-se, pode indicar o cometimento ou
tentativa de crime de responsabilidade".
Nas redes sociais, o juiz postou foto participando de manifestações a favor do impeachment de Dilma.
Na sequência, a juíza da 6ª Vara federal do Rio, Regina Coeli Formisano,
também concedeu uma segunda liminar. Os dois magistrados são amigos em
uma rede social.
STF
Em outras frentes, partidos da oposição e indivíduos entraram no STF
(Supremo Tribunal Federal) com outras dez ações também pedindo o veto a
Lula ocupar cargos no primeiro escalão do governo.
A maioria das ações (seis) estão com a relatoria do ministro Gilmar
Mendes, um dos mais críticos ao governo. Os ministros Teori Zavascki e
Marco Aurélio também são relatores de outras ações.
O governou pediu ao STF para suspender a tramitação, em todo o país, de
ações na Justiça que tentam impedir que o ex-presidente Lula assuma um
cargo no governo até que o tribunal defina a situação do petista.
Esse pedido será analisado pelo ministro Teori Zavascki, que é relator
de duas ações de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
Teori já deu prazo de cinco dias para que a Presidência, a PGR
(Procuradoria-Geral da República) e a AGU se manifestem sobre essas
ações.
Para o ministro Gilmar Mendes,o telefonema entre a presidente Dilma
Rouseff e o ex-presidente Lula pode caracterizar crime de
responsabilidade por parte da petista.
TRF1 derruba uma das decisões para suspensão da posse de Lula
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