Mulher é resgatada na Bahia após 40 anos em situação análoga à escravidão
Uma
mulher de 52 anos foi resgatada na semana passada em Vitória da
Conquista, após permanecer por quatro décadas submetida a condições
análogas à escravidão.
Identificada
apenas pelas iniciais M.S.S, a vítima foi retirada do seu local de
trabalho e levada para a residência de seus familiares. O caso chegou ao
conhecimento das autoridades após uma denúncia encaminhada ao
Ministério Público do Trabalho (MPT).
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Esse é um daqueles casos clássicos de empregada doméstica levada ainda
criança para a casa do empregador e que nunca recebia salário sob o
argumento de que seria da família. Essa é uma realidade que infelizmente
vemos se repetir, mas que os órgãos de fiscalização estão buscando
combater — afirmou a procuradora Manuella Gedeon, coordenadora de
combate ao trabalho escravo do Ministério Público do Trabalho da Bahia.
A
patroa, que que não teve o nome revelado para evitar a identificação da
vítima, se compromete a pagar as verbas rescisórias e a indenização por
dano moral no total de R$ 150 mil, em 50 parcelas mensais. A
indenização irá cobrir também a apropriação indébita, pela patroa, de um
benefício de prestação continuada (BPC) obtido por M.S.S depois de ser
diagnosticada com um tumor cerebral.
A
patroa teria convencido a vítima a usar o dinheiro na compra de um
imóvel no bairro Lagoa das Flores, no município de Vitória da Conquista.
O terreno, no entanto, não está registrado no nome de M.S.S, mas no da
própria patroa.
A
vítima contou que trabalhava para a patroa desde os 12 anos. Seu pai
havia deixado a filha seguir com a empregadora para Itabuna e, com a
mudança da mulher para Vitória da Conquista anos depois, a vítima perdeu
o contato com a família.
O
resgate aconteceu no âmbito de uma operação de fiscalização da Comissão
Estadual de Combate ao Trabalho Escravo da Bahia (Coetrae-BA) que teve
participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), de
auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, da
Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social
(SJDHDS), da Defensoria Pública da União (DPU) e da Polícia Rodoviária
Federal (PRF).
Fonte: O Globo
Mulher é resgatada na Bahia após 40 anos em situação análoga à escravidão
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