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Haddad desafia Bolsonaro e diz que faria debate até na enfermaria

O candidato do PT à Presidência , Fernando Haddad , voltou a desafiar seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), a comparecer aos debates que serão realizados antes do segundo turno. O petista disse que tem o receio de que Bolsonaro, que venceu o primeiro turno com 46% dos votos válidos, falte aos cinco encontros previstos. Nesta quarta-feira, médicos foram à residência de Bolsonaro e afirmaram que ele ainda não está apto a fazer campanha , o que só deve ocorrer no próximo dia 18.

Em tom irônico, Haddad disse que iria até mesmo a uma enfermaria para debater com o capitão da reserva.

- Vou na enfermaria em que ele estiver. Não tem problema. Os brasileiros precisam saber a verdade - disse em entrevista a jornalistas internacionais nesta quarta-feira.

Haddad afirmou que, em meio ao crescimento de fake news, é necessário que o eleitor possa comparar os dois candidatos frente a frente, "sem criancice na internet".

O petista lamentou a disseminação de notícias falsas que aproveitam a credulidade de parte do eleitorado.

- Vou em qualquer ambiente que ele quiser, o mais cômodo. Prometo, inclusive, moderar o tom. Ele falou que não quer se estressar. Eu não vou estressar, ele vou falar da forma mais calma possível, vou falar docemente. Nem olho para ele se ele ficar com muito receio. Faço o que ele quiser para ele falar o que pensa e debater o país - disse.

Na manhã desta quarta-feira, o candidato do PT concedeu entrevista coletiva a jornalistas internacionais e centrou boa parte das críticas no adversário.

Haddad, no entanto, fez algumas sinalizações ao centro. Elogiou a postura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante uma crise na Venezuela e reconheceu erros nos mandatos do PT, como desonerações feitas por Dilma Rousseff que beneficiaram empresários.

Para Haddad, o principal erro do PT foi não ter aprovado uma reforma política. O ex-prefeito de São Paulo chegou a dizer que o partido deveria ter enfrentado o financiamento empresarial das campanhas políticas logo após assumir a Presidência, em 2003, porque, segundo ele, os problemas gerados pelas contribuições de empresas são incontroláveis. 

Nos últimos anos, o PT foi um dos principais alvos da Operação Lava-Jato exatamente por denúncias de que integrantes do partido prometiam benefícios a empresas em troca de contribuições legais e ilegais para campanhas da legenda. Ao afirmar que o maior erro do  partido foi não ter feito a reforma política, Haddad chegou a dizer que essa omissãoo abriu brechas em todo sistema político para que pessoas se comportassem de "maneira equivocada" e completou:

- Esse foi o maior problema. Nós tínhamos que ter enfrentado o debate sobre financiamento empresarial de campanha - afirmou Haddad antes de dizer que a influência de empresas no processo político causou problemas em vários países, como Alemanha, Israel, Rússia e Estados Unidos.

Por Dimitrius Dantas, da Agência O Globo.
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