Bolsonaro atinge teto e não será surpresa se deixar disputa ainda no 1º turno
Haddad é o candidato favorito para receber os votos daqueles eleitores
de Lula, que lidera as pesquisas. Se o petista conseguir absorver as
intenções de voto já tradicionais da esquerda no Brasil – somadas ao
potencial do ex-presidente como avalista de candidatura, provavelmente
Haddad estará no segundo turno. Para isso, o PT precisa torná-lo
candidato, como defendeu com sapiência o ex-governador da Bahia Jaques
Wagner, que também era cotado para o posto.
Outro candidato, Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu reunir o maior tempo
para propaganda eleitoral ao fazer a coligação com o “centrão”. Caso
consiga efetivar o efeito desse espaço nos veículos de comunicação, o
tucano apresenta um potencial de crescimento relevante e pode estar no
segundo turno.
Pesa contra Alckmin, como se sabe, um alto índice de rejeição. O
levantamento CNT/MDA aponta que Bolsonaro e Alckmin estão entre os que
lideram o quesito “candidato que não votariam de jeito nenhum”. O
deputado do PSL tem 53,7% nesse item, enquanto Alckmin aparece com
rejeição de 52,5%. Como ambos apresentam potencial positivo similar, o
tempo de propaganda eleitoral tende a ser decisivo para verificar quem
deve crescer durante a campanha até chegar o dia da votação. Assim, o
tempo de rádio e televisão, se bem usado, pode reduzir os impactos
negativos da fama de “picolé de chuchu” do tucano.
Outros dois candidatos tradicionalmente considerados competitivos, Ciro
Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) também poderiam brigar por uma vaga no
segundo turno. Todavia devem enfrentar um problema similar ao de
Bolsonaro: não terem um padrinho transferidor de votos ou tempo de
exposição suficiente no rádio e televisão. Como os debates não parecem
promissores para a defesa de projetos e ideias, estariam fadados a serem
coadjuvantes.
No cenário atual, com Bolsonaro sendo o principal alvo de Alckmin,
Marina e Ciro, o deputado do PSL deve perder espaço na mesma velocidade
com que brada opiniões polêmicas. Caso se confirme o teto das intenções
de voto, uma tendência presente nas mais diversas pesquisas,
preparemo-nos para outro round da batalha entre o petismo e o tucanato,
mantendo a dicotomia repetida desde as eleições de 1994 no Brasil. Um
sinal de que andamos em círculos para chegar a lugar algum. Para alguns,
infelizmente. Para outros, uma opção menos pior do que o rascunho de
algumas semanas atrás.
Este texto integra o comentário desta terça-feira (21) para a RBN
Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê
Líder FM, Clube FM.
Fonte: Bahia Notícias
Bolsonaro atinge teto e não será surpresa se deixar disputa ainda no 1º turno
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