Alexandre Frota é expulso do PSL após críticas a Bolsonaro
A Executiva do PSL decidiu nesta terça-feira expulsar o deputado
Alexandre Frota (SP). Ele foi acusado de infidelidade partidária por
criticar abertamente o presidente Jair Bolsonaro, além de se abster no
segundo turno de votação da reforma da Previdência. O presidente do
DEM, ACM Neto, confirmou ao GLOBO que o partido convidou Frota para
integrar seus quadros. Mas segundo a colunista Bela Megale, o PSDB trata
como certa filiação do deputado.
O pedido de expulsão partiu do próprio presidente do PSL, o deputado
Luciano Bivar (PE). A Executiva, presidida por Bivar, se reuniu na sede
do partido na manhã desta terça-feira para deliberar sobre o caso.
— A defesa dele é que estava agindo de acordo com a Constituição, com o
direito de expressar os pensamentos dele. Mas esquece ele que faz parte
de uma instituição, um partido político, e que tem no mínimo que
respeitar a hierarquia do partido e o sentimento de unicidade que todo
partido procura ter — disse Bivar.
Estavam presentes na reunião o senador Major Olímpio (SP), o deputado
Julian Lemos (PB), o líder da sigla na Câmara Delegado Waldir (GO) e
outros membros do partido. Na saída, Olímpio não quis comentar se estava
satisfeito com o resultado.
A deputada Carla Zambelli (SP) e Major Olímpio também haviam apresentado
denúncias contra Frota. Na de Zambelli, constam tweets em que Frota
chama o diretório estadual de São Paulo de "milícia de ex-PMs" e uma
entrevista à revista ÉPOCA em que o deputado diz que Bolsonaro é sua
"maior decepção".
Zambelli também apontou o fato de Frota se abster no segundo turno de
votação da reforma da Previdência como indício de infidelidade
partidária. Segundo Bivar, porém, isso não foi levado em conta na
expulsão de Frota.
O estatuto do PSL diferencia infidelidade partidária de "desalinhamento"
do filiado com o partido. Por isso, o PSL não irá pedir a cassação do
mandato de Frota por infidelidade partidária, já que essa infração não
foi constatada, de acordo com Bivar. O presidente da sigla disse, ainda,
que Frota foi advertido diversas vezes por suas declarações contra o
presidente Bolsonaro.
— Foi um sentimento da Executiva Nacional do partido de que não foi a
primeira vez que ele se comportou dessa forma, apesar de já termos
conversado com ele.
A deputada Carla Zambelli mudou de ideia sobre uma eventual expulsão nos
últimos dias, depois de conversar diretamente com Frota. Segundo ela, o
deputado pediu desculpas e estava disposto a repensar suas atitudes.
Filiado à sigla desde março do ano passado, Frota viveu uma “lua de mel”
com os colegas antes de começar a criticar publicamente as ações do
governo e a postura da bancada do PSL no Congresso. Sua chegada ao
partido, por exemplo, foi precedida por um convite público de
Bolsonaro, em tom de brincadeira, para que ele ocupasse um ministério.
As trocas públicas de afeto, no entanto, minguaram recentemente.
Na lista de críticas, Frota reclamou do presidente não ter apresentado
recurso no processo que declarou inimputável Adélio Bispo, autor de um
atentado à faca contra ele. Disse que Bolsonaro deveria dar um “esporro”
no ideólogo de direita Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo. Ele
também se recusou a endossar as convocações para protestos favoráveis ao
governo.
Fonte: O Globo
Alexandre Frota é expulso do PSL após críticas a Bolsonaro
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