Mairi está entre os 264 municípios que irão receber profissionais do programa Mais Médicos
A Bahia tem 264 municípios identificados pelo Ministério da Saúde (MS)
como prioritários para receber profissionais do programa Mais Médicos,
do governo federal, na intenção de interiorizar a atenção à saúde.
Os números, divulgados ontem pelo Ministério da Saúde (MS), colocam a
Bahia na liderança nacional entre os estados com maior número de áreas
com carência de médicos. Em todo o país, são 1.557 cidades identificadas
como prioritárias para receber os médicos do programa.
No último dia 4, reportagem do CORREIO realizada com base em dados do
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes/Datasus) mostrou
que em um a cada quatro municípios baianos a concentração de médicos não
passa de 0,2 para cada mil moradores – taxa semelhante à do
Afeganistão.
Os editais do programa Mais Médicos que vão permitir que profissionais
se candidatem a vagas no interior e as cidades solicitem profissionais
também foram lançados ontem. O anúncio foi feito, pela manhã, pelo
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva na
Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
A Medida Provisória (MP 621) que cria o programa foi publicada ontem no
Diário Oficial da União. A MP prevê o recrutamento de médicos
estrangeiros caso os brasileiros não preencham as vagas, a abertura de
vagas de graduação e de postos de especialização em locais prioritários
e a obrigatoriedade de o estudante de Medicina prestar serviços para o
SUS por dois anos antes de receber o diploma — as novas diretrizes valem
para os estudantes que ingressarem a partir de 2015.
Novos postos
O MS anunciou também ontem que a Bahia receberá R$ 275 milhões dos R$
7,5 bilhões anunciados na segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff
para ampliação, reforma e construção das Unidades Básicas de Saúde
(UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais universitários.
Os R$ 275 milhões liberados pelo governo federal para a Bahia devem
custear a construção de 513 unidades, bem como a reforma de 237 e a
ampliação de 245. As cidades onde esses investimentos acontecerão, bem
como o prazo para início ou finalização das obras, não foram informados.
O governo também não informou se há previsão de construção de hospitais
universitários na Bahia.
Editais
Os chamamentos para que médicos e municípios se inscrevam no Mais
Médicos ficarão abertos pelos próximos três anos, mas aqueles municípios
que se inscreverem até o dia 25 de julho já podem ser contemplados com
novos profissionais a partir de setembro. O mesmo vale para os médicos –
aqueles que se candidatarem até a data já podem entrar na turma de
setembro. Para qualquer uma das inscrições, basta acessar o site
maismedicos.saude.gov.br.
Na inscrição, os profissionais poderão indicar até seis cidades de
preferência para trabalhar. A partir daí, haverá critérios como
proximidade com o local de formação, idade (os mais velhos têm
preferência) e hora da inscrição.
Os médicos que participarem do programa devem receber uma bolsa de R$ 10
mil, além de, nos dois primeiros meses, ajuda de custos de
deslocamento. O trabalho pode durar até três anos.
“Sei que estamos enfrentando tabus. Por muito tempo, tentaram dizer que
não faltava médico no Brasil e que o problema era a distribuição. Mas se
olharmos para países vizinhos, bem como em países que têm um sistema
único universal, podemos ver a diferença”, comentou Padilha. Na
Argentina, a média dos médicos é o dobro da brasileira: 3,2
profissionais para cada mil habitantes. No Reino Unido, que tem servido
de modelo para o programa, por ter um sistema de saúde público
universal, o índice é de 2,7.
Para os municípios se inscreverem, devem assinar um termo de adesão, que
deve ser encaminhado ao MS. Cada cidade deve indicar a quantidade de
profissionais que precisa.
Critérios
Na Bahia, o índice do número de profissionais para cada mil habitantes
não passa de 1,09. Enquanto isso, o índice nacional é de 1,83.
Além da concentração de médicos, também foram usados como critérios para
identificar os municípios que terão prioridade no programa a
“capacidade instalada” – quando a cidade tem unidade de saúde, mas não
tem médico – e foram ainda selecionados municípios com pelo menos 20% da
população em condições de extrema pobreza, com base nos dados do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
A inscrição nos editais, porém, não está restrita somente a esses
municípios. “Temos esses critérios porque existem municípios com alta
escassez, mas todos podem aderir. Há muitas demandas no interior, mas as
capitais também entram como prioritárias, para preencher vagas que
ficam em áreas mais pobres”, disse o ministro.
Clique aqui e confira os municípios considerados prioritários pelo Ministério da Saúde.
Mairi está entre os 264 municípios que irão receber profissionais do programa Mais Médicos
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